sábado, 31 de março de 2012

Tem gente

Tem gente que nasceu para mandar e tem gente que nasceu para ser pau mandado.
Tem gente que não nasceu para ser nem um nem outro, como eu.

Eu gosto de liberdade. Liberdade pra falar, pra sentir, pra ser. Creio que seja uma coisa muito sem graça dar ordens o tempo todo, ter alguém pra fazer de marionete. Gosto de autenticidade, de opinião - mesmo que diferente da minha. Gosto de autoafirmação, de autoestima lá em cima, de conversas construtivas. Não quero um ser lagartixa do meu lado. Não quero alguém que só balança a cabeça para tudo o que falo. Ter alguém com personalidade é crescimento, amadurecimento para si próprio. Aprender com as diferenças dos outros me atrai mais do que apenas dar ordens.

Grande vilão das relações é o fato de tanta gente achar que relacionamento é jogo de poder. Eu mando e vocÊ obedece. Ponto. Relação é troca. De carinho, de compromissos, de experiências. Por essas e outras, eu jamais seria um pau mandado, que, na minha humilde opinião, é ainda pior que ser quem manda. Não nasci para ser parasita. Não nasci para viver na sombra de ninguém.

Eu sou o que sou sempre, respeitando meus limites e o do próximo, claro. Mas sou eu. Com erros, defeitos, derrotas, mas sou eu. Acrescentando alegrias e aprendizados Às vidas dos que me cruzam e que me abrem espaço para isso. Eu cresço, caio, amadureço, choro, dou gargalhadas. Mas sou sempre eu, sem regulagens, sem máscaras e sem ninguém para dizer onde eu devo pisar.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Decepção transforma

Tem coisa pior do que decepção? E pior ainda é que ela desencadeia vários outros sentimentos, como revolta, arrependimento, tristeza, desconfiança... Além de nos fazer ficar desacreditados em nós mesmos, nos outros.

A decepção tem o poder nos fazer mudar de conceitos e comportamento. Dependendo do grau, essas mudanças tornam-se fixas. E, nem sempre, elas são satisfatórias aos olhos de quem está de fora. Isso porque a decepção, na maioria dos casos, dá lugar à frieza, ao egoísmo, à racionalidade, a um certo distanciamento. Ela nos mostra uma necessidade maior de nos preocuparmos mais com o "eu", de cuidarmos mais de nós mesmos. Antes de julgarmos o comportamento de alguém, paremos para pensar se essa pessoa foi levada a agir assim depois de tantas pancadas da vida, se é apenas uma forma de se defender de futuras decepções.

Mais difícil que aceitarmos as mudanças é aceitarmos que nossa admiração e dedicação foram inúteis e desvalorizadas. Decepção mexe em qualquer grau, área, classe. Decepção com amigos, profissional, amorosa, familiar... Até nos recuperarmos, todos os mecanismos de defesa serão utilizados, até criarmos uma força capaz de nos fazer começar de novo, mais confiantes e esperançosos.