quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"E hoje em dia, como é que se diz: 'Eu te amo'?"

Como se diz eu te amo hoje? Foi com essa frase se repetindo na minha cabeça que terminei o dia. Depois de ouvir "Vamos fazer um filme", de Renato Russo, eu comecei a pensar nas relações humanas atuais e, em especial, comecei a me perguntar como se diz eu te amo hoje.

Numa moda de relações abertas, da onda do desapego, das relações individualistas, o ser humano perdeu a capacidade de reconhecer no outro a sua completude. O "nosso" deu lugar ao "meu".

Essa coisa de evitar envolvimento por não querer o compromisso de dar atenção e carinho a alguém só reflete o egoísmo com que estamos vivendo. Egoísmo que esconde o medo da rejeição e o medo de descobrir que viver contrariando uma "filosofia de vida" pode ser bom. Você pode acabar gostando daquilo que repudia. Isso amedronta. Por isso, é bem mais fácil defender uma vida vazia, feita de caprichos e desejos atendidos quando você quer, sem cobranças, sem autoritarismo.

É muito mais fácil, e mais cômodo, levar uma vida de relações passageiras. Ninguém o perturba. Mas também ninguém o procura com saudade. Mas não saudade de estar com você na cama, e sim saudade do seu sorriso, do seu cheiro, da sua voz.

Você começa a achar ridículo toda e qualquer relação em que haja o "nosso". Pode não ser ridículo, colega, pode ser inveja. Viver sozinho no "seu muundo" o satisfaz temporariamente, mas cansa. Você começa a pensar em como é bom receber uma ligação preocupada, carinhosa, saudosa. Começa a pensar que uma noite com o "meu" pode parecer tranquila, mas várias noites sem o "nosso" tornam-no solitário, frio, indiferente. Ah, e se você chegou a esse ponto, de perceber a solidão das noites com o "meu", chegou o momento de viver o "nosso". No entanto, depois de tantas relações vazias, sem "eu te amo" nem preocupações, essa história de viver o "nosso" se torna cada vez mais difícil. Difícil de achar com quem viver difícil de se renovar para viver.

Para se aprender a dizer eu te amo, é necessário muito mais do que decorar melodias ou frases clichês de filmes românticos. É preciso se doar e ser "nós", deixar de ser "eu". Não precisa perder a sua essência, mudar os seus gostos ou o seu caráter, se é esse o seu medo. Para dizer eu te amo, é preciso aprender a pensar como um ser único, mas sendo dois.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Fé, força e oração

Existem coisas que, de tão dolorosas, parecem um pesadelo.
Sabe quando você sente aquela vontade de gritar: "Chega, eu quero acordar!"?

E o pior é saber que aquele que mais está machucado está precisando, mais do que nunca, de ajuda. E você precisa criar forças não sei de onde.

Antes qualquer e todo problema fosse familiar, amoroso, profissional. Problema mesmo é quando é a saúde o que está em jogo. Principalmente quando é aquele problema que, além da força de vontade, precisa de um tratamento longo, denso, cansativo... E, claro, sendo muito consciente de que o tratamento pode não dar certo e aí o final todo mundo já conhece.

O mais importante de tudo é ter vontade de viver, apoio da família, dos amigos. É ser responsável o suficiente para levar o tratamento a sério, tomar os medicamentos.

Agora pese tudo isso quando é alguém que você ama como se fosse um irmão. O quanto você desejaria que fosse diferente?

Nós nos perguntamos várias vezes: por quê? Por que com aquela pessoa? Batalhadora, de bom coração, amiga, alegre, iluminada, prestativa.

São tantos questionamentos.

Ninguém veio a esse mundo apenas para divertimento. Nossa maior missão é o aprendizado, e, muitas vezes, ele vem da pior forma possível.

A nós, impotentes, só resta orar, ter fé e buscar forças para um renascimento.