sexta-feira, 1 de julho de 2011

Coisas do meio

Cedendo o espaço, hoje, à minha querida Monique Morais.

Caruaru se expande a cada dia e de forma as vezes assustadora. Dentre os inúmeros setores da nossa esfera municipal, vamos falar de um bem conveniente e que tende a ser abordado no momento mais apropriado: o São João. Marco da nossa cidade, motivo de orgulho até para quem não é da terrinha, e claro, oportunidade perfeita para confraternizar com os colegas de profissão.


Fazendo uma breve análise sobre o meio jornalístico caruaruense, cheguei a conclusões que provavelmente não agradarão a muitos, o que também não é o interesse desse texto. Aliás, esse texto foi feito para desagradar a grande maioria e distribuir carapuças para quem as merece, mesmo sabendo que o efeito disso será nenhum.


Recém formada e praticamente estreante na área, já percebi que é necessário adotar comportamentos e máscaras para poder socializar com os COLEGAS que trabalham com o jornalismo. Obviamente isto não é novidade para ninguém, se brincar, nem com os que ainda estão na faculdade, mas enfim, a minha reflexão e dúvida são bem simples, tentem acompanhar meu raciocínio: Alguns dos jornalistas que exercem a profissão aqui em Caruaru (só tenho autonomia e experiência para falar de Caruaru mesmo) possuem uma necessidade, que de tão ridícula beira o cômico, para demonstrar poder, autoridade (de que?) e status na tentativa desesperada de demonstrar ao COLEGA que de alguma forma é superior.


Bom, vamos refletir brevemente e isoladamente sobre falsidade...


Este é um direito que consiste a qualquer ser humano e que, a depender da ocasião, é até necessário e justificável. Só que parece que as pessoas perderam o limite do "falsidômetro", e as épocas de festas são as ocasiões perfeitas para demonstrar isso na melhor forma: a prática.


Não tenho interesse de cutucar quem não merece, longe de mim queimar tanta gente boa que conheci na faculdade, nos estágios e no local de trabalho onde me encontro atualmente. Mas me refiro às pessoas para quem já fui profissionalmente útil um dia e que hoje em dia olham e viram a cara descaradamente só porque não dependem mais de uma matéria, entrevista, flash, etc.


Confesso que isso não estou mendigando atenção, porque sinceramente, essas pessoas não influenciam de maneira alguma a minha vida. Mas são criaturas que acabo encontrando eventualmente nestes eventos (embora eu participe pouquíssimo dos mesmos). Fato é que eu, particularmente, acho nojento e engraçado a pequenez de caráter (ou ausência) de alguns COLEGAS.
E aí é que surge a dúvida: Em função de que essas pessoas agem de tal forma? Causar polêmica? Acham que são queridas por todos ou fazer justamente por não se importar em serem bem/mal-quistas?


Se analisarmos com um pouquinho mais de calma, podemos acabar por descobrir que essa pompa toda, esse “eu sou fantástico como profissional e reconhecido perante todos no meio como alguém necessário” não passa de fraqueza e carência de atenção. Pessoas que realmente se bastam e desempenham um bom trabalho não precisam de holofotes para brilhar, até porque, o brilho mais artificial que pode existir é justamente esse, que quando puxamos a tomada, o “alvo” fica em breu completo.


Embora não seja cristã, sei que na bíblia diz (em algum lugar lá): “Que brilhe vossa luz”, mas aparentemente parte dos jornalistas de Caruaru ainda não conseguiram compreender a mensagem e precisam que os outros sanguessugas, discípulos, ou falsos admiradores acendam essa luz em uma tomada, plugando a falsidade como lei predominante nesses eventos.


Essa necessidade de estar sempre chamando atenção, sendo alvo de comentários, positivos ou não, só demonstra que essas pessoas, por mais que desempenhem bem seus papeis como jornalistas (o que nem sempre acontece, já que nem imparciais conseguem ser) são apenas figuras que acham que reinam em um mundinho, que embora pareça grandioso, é sempre composto pelas mesmas caras mascaradas e pelos mesmos fatos ridículos de intriga e retomada de “amizade”, além dos aprendizes/admiradores que ainda não chegaram ao mesmo patamar que eles. Na verdade, são raramente reconhecidos pela qualidade e relevância do trabalho que exercem.


Fico tranqüila ao saber que não é todo o meio que é assim e que me mantenho bem distante deste outro que é tão corrompido e baixo quanto a política consegue facilmente ser, até porque no fundo, é isso mesmo, tudo não passa de um jogo de interesses, onde pessoas são usadas até quando podem ser úteis.


Nós, do meio jornalístico de Caruaru, poderíamos passar a refletir mais sobre os valores que possuímos e aplicamos socialmente quando estamos entre colegas ou na ausência deles. Isso evitaria a péssima fama que já é dominante entre os atuantes do meio e valeria algo além de coleguismo, como amizades de verdade e sólidas, onde as pessoas não são uteis e sim queridas.

Vale a reflexão.



(Monique Morais)

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