Como se diz eu te amo hoje? Foi com essa frase se repetindo na minha cabeça que terminei o dia. Depois de ouvir "Vamos fazer um filme", de Renato Russo, eu comecei a pensar nas relações humanas atuais e, em especial, comecei a me perguntar como se diz eu te amo hoje.
Numa moda de relações abertas, da onda do desapego, das relações individualistas, o ser humano perdeu a capacidade de reconhecer no outro a sua completude. O "nosso" deu lugar ao "meu".
Essa coisa de evitar envolvimento por não querer o compromisso de dar atenção e carinho a alguém só reflete o egoísmo com que estamos vivendo. Egoísmo que esconde o medo da rejeição e o medo de descobrir que viver contrariando uma "filosofia de vida" pode ser bom. Você pode acabar gostando daquilo que repudia. Isso amedronta. Por isso, é bem mais fácil defender uma vida vazia, feita de caprichos e desejos atendidos quando você quer, sem cobranças, sem autoritarismo.
É muito mais fácil, e mais cômodo, levar uma vida de relações passageiras. Ninguém o perturba. Mas também ninguém o procura com saudade. Mas não saudade de estar com você na cama, e sim saudade do seu sorriso, do seu cheiro, da sua voz.
Você começa a achar ridículo toda e qualquer relação em que haja o "nosso". Pode não ser ridículo, colega, pode ser inveja. Viver sozinho no "seu muundo" o satisfaz temporariamente, mas cansa. Você começa a pensar em como é bom receber uma ligação preocupada, carinhosa, saudosa. Começa a pensar que uma noite com o "meu" pode parecer tranquila, mas várias noites sem o "nosso" tornam-no solitário, frio, indiferente. Ah, e se você chegou a esse ponto, de perceber a solidão das noites com o "meu", chegou o momento de viver o "nosso". No entanto, depois de tantas relações vazias, sem "eu te amo" nem preocupações, essa história de viver o "nosso" se torna cada vez mais difícil. Difícil de achar com quem viver difícil de se renovar para viver.
Para se aprender a dizer eu te amo, é necessário muito mais do que decorar melodias ou frases clichês de filmes românticos. É preciso se doar e ser "nós", deixar de ser "eu". Não precisa perder a sua essência, mudar os seus gostos ou o seu caráter, se é esse o seu medo. Para dizer eu te amo, é preciso aprender a pensar como um ser único, mas sendo dois.
Minha amigaaa como já disse cê anda tão tão sentimental, fazia tempo que não a via tão sentimental. Há algum tempo venho te falando dessa necessidade que surge em meio a nossa vida de "cafa", mas de fato se torna difícil, quase impossível achar alguém para viver o "nosso" e mais ainda se abrir para viver o que em um dia praticamente deixamos de acreditar que existisse.
ResponderExcluir**Adoreeei o texto.
Renato Russo disse: "Quando se aprende a amar,o mundo passa a ser seu."
ResponderExcluirOu seja, quando vivemos nossas 'farras' fica subentendido que aquilo não é parte de nós. Já o amor, dá a condição de pertença - mesmo que não pertençamos à alguém -, de coletivo...
Seu texto está muito lídimo e lúcido. Muito bom.
Que texto liiiindo, Flavinha. Amei! Tocou fundo no coração! ;) E vc, como está?
ResponderExcluirLendo isso me vejo tão egoísta!
ResponderExcluirEu tenho O "nosso", o "nós" e as vezes quero tanto o "eu".
Mais é como você disse, ninguém me ligará dizendo que está com saudades, e eu vejo o quanto sou incompleta e o quanto preciso ser completada.
Te admiro muito....
Caramba flavinha...suas palavras são maravilhosas...sou sua fã!rs..
ResponderExcluircontinue assim viu!!!
beijos
Nathália
Lindo texto Flavinha!!!!
ResponderExcluirTá de parabéns!!! acredito que meu casamento contribuiu para tanta inspiração hehehe
Beijãoo da sua amiga-irmã Rosinha Reis :)
Lindo texto Flavinha!!!!
ResponderExcluirTá de parabéns!!! acredito que meu casamento contribuiu para tanta inspiração hehehe
Muito bom texto. Estais de parabéns no uso de suas colocações e pensamentos.
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