Era costume assustar crianças com as histórias do tal "bicho-papão", uma criatura feia que pegava menino malcriado, desobediente e que gostava de ficar na rua.
No tempo em que as crianças ainda podiam brincar na frente de casa ou na casa de amigos sem tanta preocupação, o bicho-papão estava apenas na imaginação dos pequenos e nas criativas estórias dos pais. Hoje, em pleno século 21, o que não se esperava é que esse bicho-papão viesse assustar de verdade. Mas não as crianças desta vez, e sim os seus pais. Ele saiu da imaginação e da criatividade e passou a morar nas ruas,
na casa ao lado, dentro das igrejas ou, não tão distante, dentro de casa. O perigo está próximo, às vezes, muito mais do que se imagina.
O bicho-papão do novo milênio vem de mansinho, amigavelmente, sem deixar qualquer suspeita. Mostra-se prestativo, atencioso, ganha a confiança do adulto para, então, aproximar-se do inocente. Este aceita seus presentes ingenuamente, acreditando
merecer por ser bonzinho ou por acreditar que o tal é bonzinho. Quando se trata de uma criança com maior noção de perigo, cala-se por medo de ameaças, por medo de ser repreendida em casa, medo de ser tachada de culpada; por achar, muitas vezes, que a atitude daquela criatura feia tornou-a impura, suja.
O bicho-papão é, em quase cem por cento dos casos, homem. Comporta-se normalmente entre adultos, vive harmoniosamente entre a sociedade e consegue ter cinismo e frieza suficientes para frequentar a vida da vítima sem demonstrar qualquer sinal de desvio de comportamento. Ou qualquer arrependimento. Há tipos variados dessa estranha espécie, que em comum têm o intolerável e revoltante desejo por seres indefesos e incapazes de entender essa obsessão por seus corpos não-desenvolvidos. Por incrível que pareça, um dos tipos que mais amedrontam não é o que frequantemente aparece. Aquele bicho-papão que mora nas ruas causa pânico aos pais por representar um perigo mais difícil de ser combatido. Afinal, não se sabe quem é.
Existe também aquele tipo que representa sabedoria e inspira confiança; que serve de exemplo de bondade e de ombro amigo para tantos fiéis. O bicho-papão das igrejas é um dos mais revoltantes. Todos os seus falsos-sermões e sua falsa-moralidade escondem um desejo íntimo dissimulado por uma falsa-imagem de santidade que se passa. Esse tipo de bicho-papão é acobertado por uma Instituição de renome e, dificilmente, é punido, ficando livre para atacar de novo.
Porém, o pior tipo dessa espécie é aquele que vive perto, conhece sua rotina e aproveita-se dessas vantagens para agir. O bicho-papão da família carrega uma obsessão monstruosa e repugnante, que desconsidera qualquer laço consanguíneo, quando
o tem. São pais, tios, irmãos, avôs, padrastos que roubam infância, inocência e sonhos em nome de um desejo tão sujo quanto seus atos.
Indubitavelmente, quem mais perde são as vítimas, que têm sua ingenuidade e parte de sua vida tomadas, muitas vezes deixando traumas e cicatrizes irreversíveis. A justiça precisa olhar o bicho-papão como um indivíduo frio, malvado, calculista, e não como uma criatura doente que precisa de cuidados. De cuidados quem precisa é a família que foi atacada por ele, um monstro feio e asqueroso, que gosta de meninos e meninas, de preferência sem possibilidade de defesa.
quarta-feira, 21 de abril de 2010
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Forró para todos os gostos
Eu também acho um desrespeito aos preceitos morais e aos bons-costumes as letras escrachadas do forró estilizado. Mas proibir totalmente as bandas de se apresentarem no palco do Maior e Melhor São João do Mundo é, igualmente, um desrespeito. À democracia. É claro que houve quem aprovasse a medida adotada no ano passado pelos responsáveis pelos eventos culturais de Caruaru - dentre eles, falsos-intelectuais já citados noutro momento. Mas o fato é que muita gente ficou descontente e isso pôde-se notar lá no Pátio do Forró, com o "minguado" número de foliões que passaram por lá nas noites de principais atrações.
Há de se pensar que o São João não só é esperado pelos 30 dias de festa em si. Existem milhares de comerciantes ansiosos pela melhor temporada do ano. Caruaru respira São João. Essa festa impulsiona todos os tipos de comércio, e alavanca uma série de empregos diretos ou indiretos. Além de ser a Capital do Forró, Caruaru é uma das cidades do Polo da Moda do Agreste; da Maior Feira ao ar Livre do Mundo; do Maior Centro de Artes Figurativas das Américas; a cidade ainda tem a Feira de Artesanato, que é Patrimônio Imaterial, por isso atrai ainda mais turistas.
Para segurar todos esses turistas, como vinha acontecendo, é preciso atender a todos os gostos e tornar a festa democrática. Quer ser diferente? Existem outras maneiras. Por exemplo, atendam aos pedidos da turma do rock para fazer um Polo só para eles.
Mas já dizem por aí que neste ano vêm mudanças, já que as reclamações foram muitas. Inclusive, a presença das bandas Chiclete com Banana (com seu repertório de forró, claro) e Aviões do Forró. As demais bandas que vierem, terão de seguir as regras ditadas no contrato: nada de roupas curtas ou músicas apelativas. Pelo menos já se nota que o direito à democracia foi respeitado. Os comerciantes já começam a comemorar, acreditando numa melhora. E os foliões, contando os dias para ver o velho Pátio lotado, como há alguns anos.
Vamos esperar.
Há de se pensar que o São João não só é esperado pelos 30 dias de festa em si. Existem milhares de comerciantes ansiosos pela melhor temporada do ano. Caruaru respira São João. Essa festa impulsiona todos os tipos de comércio, e alavanca uma série de empregos diretos ou indiretos. Além de ser a Capital do Forró, Caruaru é uma das cidades do Polo da Moda do Agreste; da Maior Feira ao ar Livre do Mundo; do Maior Centro de Artes Figurativas das Américas; a cidade ainda tem a Feira de Artesanato, que é Patrimônio Imaterial, por isso atrai ainda mais turistas.
Para segurar todos esses turistas, como vinha acontecendo, é preciso atender a todos os gostos e tornar a festa democrática. Quer ser diferente? Existem outras maneiras. Por exemplo, atendam aos pedidos da turma do rock para fazer um Polo só para eles.
Mas já dizem por aí que neste ano vêm mudanças, já que as reclamações foram muitas. Inclusive, a presença das bandas Chiclete com Banana (com seu repertório de forró, claro) e Aviões do Forró. As demais bandas que vierem, terão de seguir as regras ditadas no contrato: nada de roupas curtas ou músicas apelativas. Pelo menos já se nota que o direito à democracia foi respeitado. Os comerciantes já começam a comemorar, acreditando numa melhora. E os foliões, contando os dias para ver o velho Pátio lotado, como há alguns anos.
Vamos esperar.
sexta-feira, 2 de abril de 2010
Reze para não passar mal, esse é o conselho que eu quero dar hoje.
No último sábado, eu tive a prova disso. Meu filho teve a segunda convulsão por febre e, claro, saí desesperada para socorrê-lo. Como o SAMU fica perto da minha casa, achei boa ideia passar lá antes de ir ao hospital para que prestassem os primeiros-socorros pelo menos. Quando eu cheguei lá, chorando, com Guilherme quase desacordado nos meu braços, e ouvi: - Você tem que registrar a ocorrência ligando para o 192. Vá lá no orelhão e ligue. Enquanto isso, tome um copo com ÁGUA COM AÇÚCAR (?) porque você está muito nervosa. Não, gente, espera aí. DEsde quando profissionais da área de saúde oferecem água com açúcar para alguém se acalmar? Isso é revoltante. Além de terem ficado de braços cruzados vendo o meu filho passando mal, ainda agem com tanto descaso assim comigo? Fui embora para a Unimed. Cheguei lá quase 17h e saí mais de meia-noite. Quando a infeliz da médica (logo mais revelo sua identidade) deu alta a GUi, conferiu os resultados dos exames de sangue e de urina e disse que estava tudo normal. Quando eu cheguei em casa, até eu, uma simples mortal, consegui enxergar que havia algo errado. Pisem longe da Unimed Caruaru quando a pediatra Ivana estiver por lá.
Depois de Gui ter passado o domingo todo tendo febre, decidi levá-lo de novo ao hospital. Graças a Deus era a pediatra dele (Dra. Rejane Cerqueira) quem estava de plantão e viu que era simplesmente uma amigdalite. Somente. E a outra "doida " mandou ele para casa porque estava tudo ok.
Depois de todos esses percalços, burocracia, irresponsabilidade, descaso, ele está bem, obrigada.
Mas eu repito: reze para não ficar doente.
No último sábado, eu tive a prova disso. Meu filho teve a segunda convulsão por febre e, claro, saí desesperada para socorrê-lo. Como o SAMU fica perto da minha casa, achei boa ideia passar lá antes de ir ao hospital para que prestassem os primeiros-socorros pelo menos. Quando eu cheguei lá, chorando, com Guilherme quase desacordado nos meu braços, e ouvi: - Você tem que registrar a ocorrência ligando para o 192. Vá lá no orelhão e ligue. Enquanto isso, tome um copo com ÁGUA COM AÇÚCAR (?) porque você está muito nervosa. Não, gente, espera aí. DEsde quando profissionais da área de saúde oferecem água com açúcar para alguém se acalmar? Isso é revoltante. Além de terem ficado de braços cruzados vendo o meu filho passando mal, ainda agem com tanto descaso assim comigo? Fui embora para a Unimed. Cheguei lá quase 17h e saí mais de meia-noite. Quando a infeliz da médica (logo mais revelo sua identidade) deu alta a GUi, conferiu os resultados dos exames de sangue e de urina e disse que estava tudo normal. Quando eu cheguei em casa, até eu, uma simples mortal, consegui enxergar que havia algo errado. Pisem longe da Unimed Caruaru quando a pediatra Ivana estiver por lá.
Depois de Gui ter passado o domingo todo tendo febre, decidi levá-lo de novo ao hospital. Graças a Deus era a pediatra dele (Dra. Rejane Cerqueira) quem estava de plantão e viu que era simplesmente uma amigdalite. Somente. E a outra "doida " mandou ele para casa porque estava tudo ok.
Depois de todos esses percalços, burocracia, irresponsabilidade, descaso, ele está bem, obrigada.
Mas eu repito: reze para não ficar doente.
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