segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O "agorismo" em que se vive

É frequente eu sentar e pensar no que escrever. E mais ainda achar que nada de bom vai sair, ou nada de interessante, ou nada.
A gente costuma viver tão apressadamente, ansiosamente, tão superficialmente, que até pra se aprofundar em algum assunto é difícil.
Justamente por causa dessa pressa e dessa ansiedade é que a vida acaba se tornando superficial. A gente acaba deixando passar muita coisa, muitas pessoas, muitas oportunidades. Porque é claro que a pressa, muitas vezes, atrapalha nossa percepção. Percepção não, nossa capacidade de assimilação e raciocínio do que é bom e do que é ruim.

Geralmente a gente vive da instantaneidade. Não interessa se a minha escolha de hoje não seja tão interessante hoje, mas promissora amanhã. Ela tem que me trazer garantias agora, tem que me deixar feliz agora, tem que trazer retorno agora.
É essa instantaneidade que causa uma frustração de proporções homéricas.
A brevidade que a gente vive hoje traz malefícios por um longo tempo. Imagine aquele que tem um desejo avassalador e que vai em busca desse "agorismo", sem medir consequências, sem pensar em, pelo menos, no amanhã. Transa hoje ali mesmo, numa rua escura, sem camisinha: gravidez, doença... Se não pensou no amanhã, quiçá em nove meses posteriores. (Um exemplo bem simples.)

Lembrei agora que há aquela tese de que "tudo na vida tem um lado bom e outro ruim". Tentei encaixá-la no assunto, mas não encontrei nada de bom em se viver da instantaneidade. Alguém aí sabe? Por favor, compartilhe!
Para aqueles que, costumeiramente, não se arrependem do que fazem (como eu), essa pressa pode ser uma boa. Taí um lado bom. Acabei de achar. Porque a instantaneidade nos dá oportunidade de viver mais coisas do que aquela pessoa que consegue fazer tudo racional e moderamente. Ok, ok, tem seu lado ruim, contudo engrandecedor e, mais ainda, eu diria que é uma ótima forma para amadurecer. Já que a instantaneidade nos faz cometer mais erros (estatisticamente, se eu tento mais, logo, a probabilidade de eu errar mais também é maior - e a gente aprende com os erros, certo?), isso me leva a crer que eu aprendo mais do que aquele que não tenta com tanta assiduidade.

Então, pesando aqui e ali, eu prefiro viver nessa ansiedade, nessa instantaneidade, nesse agorismo, errando, mas evoluindo, aprendendo, amadurecendo. E ainda tirando uma casquinha de tantas oportunidades aproveitadas, e não perdidas.

4 comentários:

  1. O teu post é o meu, só que com açúcar!

    :P

    hauiahiuahuia

    A-DO-REI
    Como a gente pensa parecido!!
    s2


    =****Lov u potato!!

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  2. eu sou um agorista nato... rsrsrs... beijo, adorei o texto.

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  3. Gostei demais do texto, Flavia.
    Viver no agorismo e amadurecer daí, é bem "sentir na pele" e pouco "ouvi falar".
    Massa.
    hehehe
    Xero pra tu!

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  4. Assim como Nick, esse teu post é meu. mas na verdade não é meu, nem teu, nem dela... é da nossa geraçao: a geraçao Z, que já foi X e Y, é a geraçao que tudo muda o tempo todo no mundo, mas numa velocidade que nem o próprio Lulu Santos imaginava quando dizia isso na música "como uma onda no mar", mas que bom que mesmo sendo apressados, ansiosos, neuróticos , hiperativos temos capacidade pra aprender e amadurecer na velocidade que só nossa geraçao tem direito. bjinhos

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